UM TÚMULO VAZIO DE MORTE E UM MUNDO PLENO DE VIDA Pedro Cadeira
A palavra PÁSCOA significa PASSAGEM. Vem do hebraico – PESAH.
Duas são as festas de Páscoa. A Páscoa judaica comemora a passagem do povo israelita da escravidão no Egito para a libertação na Canaã (a terra prometida), sob a liderança de Moisés. A Páscoa cristã comemora a Ressurreição de Jesus, a vitória da vida sobre a morte, a nossa passagem da escravidão do pecado para a liberdade da graça de Deus, em Cristo Jesus. Como diz o Apóstolo Paulo: “onde abundou o pecado, superabundou a graça” (Rom. 5, 20b).
Na sua origem, a Páscoa judaica remonta a duas distintas festas tribais no Oriente. A primeira festa, a das tribos nômades (a festa do PESAH); a segunda festa, a dos agricultores sedentários (a festa dos PÃES ÁZIMOS). A festa do PESAH é muito discutida na sua origem. Para alguns, tratava-se de uma dança cultual. Para outros, era a passagem do sol pela constelação de carneiro, ou a da lua pelo seu ponto mais alto. Um sentido expressivo foi a relação com o fato bíblico de que o Senhor teria poupado as casas dos israelitas que estavam marcadas com o sangue do cordeiro, na noite em que passou pelo Egito, e feriu todos os primogênitos, pessoas e animais.
A festa dos PÃES ÁZIMOS era uma antiga festa dos cananeus celebrada no princípio da colheita. Quando os israelitas entraram em Canaã, passaram a explorar a agricultura, e então, deram um sentido histórico a essa festa, em função da Páscoa. Ambas as festas eram realizadas na lua cheia da primavera. Os israelitas uniram as duas festas numa única, para celebrarem o Êxodo (a saída do Egito), pois, segundo a tradição, o Êxodo acontecera na primavera.
O livro do Êxodo proibia o consumo de pão levedado (com fermento) durante os dias da festa (Êx. 12, 19). Esta proibição, em seu sentido figurado, indicava uma concepção de decadência moral, de corrupção. Neste sentido, Jesus disse aos seus discípulos: “Acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus (Mateus 16, 6). Na mesma linha de uma reflexão figurativa, teológica, o Apóstolo Paulo exorta aos fiéis da Comunidade de Corinto que se afastassem do velho fermento e celebrassem a festa com os PÃES ÁZIMOS da pureza e da verdade( I Cor. 5, 7ss). Infelizmente, em nossos dias, há muito pães fermentados nos diversos espaços e nas diversas atividades humanas.
O texto fundamental da Páscoa judaica está no livro do Êxodo: “Este dia será dado a vós por memória, e celebrado por festa ao SENHOR, de geração em geração, por estatuto perpétuo”(Êx. 12, 14).
Na Nova Aliança, o texto fundamental (Luc. 22, 19), foi pronunciado por Jesus, em uma celebração da Páscoa judaica (Última Ceia), quando, com seus discípulos, celebraram a Nova Páscoa, a Páscoa da Nova Aliança com todos os povos, na comunhão do seu corpo e do seu sangue representados nas espécies do pão e do vinho.
Os Cristãos celebram, anualmente, a Nova Páscoa, a Páscoa da Nova Aliança, até aquele festivo dia, na Páscoa definitiva, quando comeremos o pão do trigo e beberemos o vinho da videira dos céus, com Jesus, no Reino do Pai (Reino de Deus).
Nesses tempos de Deus, sem Igrejas divididas, sem mesas separadas, sem lágrimas nos olhos, com sorriso nos lábios e vitória nos corações, celebraremos as Bodas do Cordeiro (Apoc. 19, 7), para honra e glória eternas do Deus Trino, o Pai Criador, o Filho Salvador e o Espírito Santo, Santificador das nossas vidas.
FONTE (Pesquisa histórico-bíblica): Dicionário Enciclopédico da Bíblia.
PEDRO CADEIRA