TRIBUTO A RAUL SEIXAS

VIAGEM ASTRAL

Tributo a Raul Seixas

 

Ser poeta

Para recomeçar sempre e tentar outra vez.

Para despertar as madrugadas,

Sorrir, todas as manhãs, com o sorriso da vida,

Cantar, todas as tardes, cantigas de amigo e amor,

E vestir o manto da noite em memória dos mártires da paz.

Para contemplar estrelas,

Voar, também, nas asas do vento,

Adormecer a lua e fazer caretas ao sol.

Para desabrochar todas as primaveras,

Saborear todos os outonos,

E dar boas vindas aos invernos e verões.

Para correr, também, nos campos,

Subir, também, nas árvores,

Acalentar ninhos,

E colher frutos em ação de graças ao Criador.

Para banhar-se em fontes d’águas vivas,

Mergulhar no azul de lágrimas cintilantes,

E andar de braços dados na estrada da Emaús da vida.

Para renascer, sempre, em novidade de vida,

Bater nas portas do horizonte que se abrem ao infinito,

Dançar com passos no compasso de GITA,

E pegar o TREM DAS SETE, livre da MOSCA DA SOPA.

Para reconstruir o paraíso,

Adornar, com os raios do sol, o troféu dos construtores da paz.,

Transformar desertos em oásis,

E espantar a solidão com o azul do céu e o verde dos mares.

Para lutar com os Anjos,

Sofrer com os santos,

Anunciar um mundo novo que não atira o pau no gato (pobre da Dona Chica!)

E na praça do povo, também,  dar milhos aos pombos.

Para planar nos anéis de saturno,

Conquistar galáxias, sem ter medo dos buracos negros,

Navegar por mares calmos e lagos serenos,

E numa SOCIEDADE ALTERNATIVA, cavalgar na METAMORFOSOE AMBULANTE.

Para excitar a libido cósmica,

Fecundar a natureza,

Dormir o sono da criança embalado pelo boi da cara preta,

Sonhar regando jardins floridos,

Acordar colhendo rosas,

E ouvir no peito a batida de todos  os corações

Pedro Cadeira