IGREJA, POVO DE DEUS, IGREJA, POVO DE PROFETAS

A  PROFECIA  é dom de Deus e vocação humana. Vocação que não depende de idade.

Disse Davi:  “fui moço, e agora sou velho” (Salmo  37,25 ).

Disse o Profeta Jeremias:  “ Ah Senhor,! Eu não sei falar  porque sou uma criança. Mas o Senhor me disse:  Não digas, eu sou uma criança.. porque aonde quer que te enviar, irás, e tudo  quanto eu te mandar, dirás!”  (Jeremias 1, 6-7).

A PROFECIA não  depende, também, do conhecimento, da sabedoria   e da cultura humanas.  Samuel foi profeta, sacerdote, e juiz em Israel. O profeta  Amós , considerado o profeta da justiça, um simples pastor de ovelhas e cultivador de sicômoros, foi também  profeta.

A PROFECIA não depende, ainda, do gênero. Vejamos a profetiza Ana na apresentação de Jesus no templo, juntamente com Simeão e os pais da criança (Lc 2, 21-38)

Na  designação dos setenta discípulos, Jesus os enviou ao mundo (cidades), e não  às Sinagogas e ao  Templo.  Os setenta discípulos podem ser considerados o prenúncio da Igreja em saída do papa Francisco.

 O profeta João Batista veio preparar os caminhos do Senhor. Os setenta  discípulos foram preparar a presença do  Senhor.

O profeta anuncia a glória  de Deus, e denuncia  as mazelas humanas.

Por suas denuncias, muitas vezes, o profeta sofre perseguições. Sobre esta realidade, proclamou Jesus: “Bem-aventurados sois Vós quando vos injuriarem  e perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal  contra vós por minha causa. Exultai e alegrai-vos , porque é grande o vosso galardão nos céus, porque, assim, perseguiram os profetas que existiram antes de Vós” ( Mt. 5, 11-12).

O Concílio Vaticano II nos deu a Igreja, Povo de Deus..

Nós, Cristãos leigos e leigas, somos o maior segmento da Igreja, Povo de Deus, em saída, precisamos ter uma  consciência crítica do nosso SER e do nosso AGIR na Igreja e no mundo. Só assim, poderemos, com dignidade, capacidade e criatividade, ser partícipes ativos  na missão  da Igreja em saída para as periferias, em busca dos pobres e dos que sofrem, dos marginalizados, excluídos e abandonados. Esta é a Igreja que deseja o papa Francisco. 

Com a nossa voz profética, anunciemos os valores do Reino e denunciemos os valores do antirreino.

Certa vez, o Cardeal Aloiísio Lorscheider, de saudosa memória, disse que o povo cearense é um povo poético. Sejamos, também, um povo profético, pois somos a TERRA DA LUZ. Atravessemos  o NOVO JORDÃO. Sejamos testemunhas de uma NOVA LUZ. Não te glories, ó terra de Zabulom, de Neftali, ( Mt. 4, 14-16), ó TERRA DA LUZ,  A glória é do Senhor,  e virá sobre toda a terra, a sua luz.                

  A estrada é longa, irmãos e irmãs. Caminhemos, caminhemos, porque ainda é longe a NOVA CANAÃ. Não temamos o declinar do dia, o pôr do sol, porque Cristo, o RESSUSCITADO, Cristo, o REI, que governa, Cristo, o BOM PASTOR, que une, reúne e apascenta, nos encontrará no caminho da Emaús das nossas vidas, do nosso ideal, da nossa missão. Novos caminhantes do tempo nos darão pousada, novas mãos estarão abertas para a partilha do pão, até que chegue o NOVO ARDOR nos corações, até que chegue a NOVA ALVORADA, anunciando o NOVO AMANHÃ, o Reino de Deus, o Reino da Justiça e da Paz.

  Confiemos na esperança do amanhã. Acreditemos nas promessas dos dias que virão. Bem diz a canção do filme IRMÃO SOL, IRMÃ LUA, sobre a vida de Francisco de Assis, de Frank Zefirelli: “há um suspiro na cidade de tristeza, mas há uma alegria pronta a explodir, e ela está vindo em nossa direção”.