CUBA LIBRE

CUBA-LIBRE

 

 

FORMOSA CUBA:

 

 

Do refinado charuto havano, símbolo fálico do calor dos trópicos.

Do rum, do sabor clássico, do distante passado verde-pirata caribenho.

Do povo que luta “hasta la victoria siempre”,sempre unido pelo socialismo, mas o dólar continua sendo o maior abrigo e o melhor amigo.

Que não ouve os estertores da morte do atual regime, que resiste a todo anseio libertário e democrático.

Por trás de tanta “basura”, ainda há, do herói, a estrela solitária, e a não perda, do povo, da ternura.

Do  povo manso e pacífico,  onde poucos pés pisam no luxo, e muitos pés pisam no lixo.

Estrelas, em novos céus, ainda brilham, indicando o caminho da libertação do povo oprimido.

Adorável marginal caribenha, mulher e companheira dos amores eternos e das paixões efêmeras.

O sol, as praias, os rios, as montanhas formam a bela paisagem das terras e dos mares do Caribe.

Noventa milhas (milhares melhor seriam) a separam do “Tio Sam”, do “Leviatã”, para uns, do “Grande Satã”, para outros, a águia de garras vorazes do embargo econômico.

 

VELHA HAVANA:

 

Das construções coloniais, em ruínas, de aspecto  de mofo e de marasmo.

Dos cemitérios de automóveis ambulantes, e dos velhos “Marco Polo” made in Brazil.

Da Praça da Revolução, ostensório do mural do herói maior, morto em terra estranha, mas suas idéias revolucionárias permanecem vivas nos suvenires, nas paredes sujas, nos bares populares, nas  mentes lavadas e nas almas puras de muita gente.

Das ruas estreitas e vazias, e dos corações largos e cheios de esperança no amanhã.

Onde relâmpagos são lágrimas, trovões são gritos, gritos do povo cubano, atormentado pelo desejo de justiça e  paz.

Testemunha dos heróis da Sierra Maestra, hoje, vilões das dores de parto da liberdade e soberania dantes almejadas.

O chachachá, o mambo, o merengue, a rumba, a salsa, verdadeiro caldo músico-tropical das noites quentes do Cabaret Tropicana, e do balanço sensual das astutas “jineteras”, as “meninas”de plantão.

De história e fantasia, de romance e gastronomia, do embalo dos ritmos musicais, da comilança “criolla”, e do “daiquiri”gelado dos bares Bodeguita Del Médio e El Floridita.

 

VARADERO, VARADERO:

 

Onde o azul do céu se encontra com o azul do mar, em um abraço nupcial eterno, de lua de mel infinita .

O verão constante, o clima ameno convidam a todos às praias de areias brancas, de águas azuis, e de suave vento que balança as palmas dos coqueiros.

Dos catamarãs que cortam os mares, por entre “cayos” de lirismo triste, sem romance, sem gaivota e sem canção, uma elegia, talvez, às vítimas das masmorras, das migrações clandestinas e do sinistro paredão.

Nas estradas d`América, há erros de passos.

Nas sinfonias de liberdade d`América, há erros de compassos.

Adios mis cinco amores:

Adios mi hermosa Cuba,

Adios mi vieja Habana,

Adios mi cañaveral,

Adios mi pendón de caña,

Adios mi pasión morena.

E “en honra del hombre muerto”,

Es hecho este poema 

 

                                                                       P e d r o   C a d e i r a 

            

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: poema elaborado dentro de  um contexto   político, econômico. social, cultural e religioso diferente do atual.