onstrução e votação do Documento Final é o foco da última semana do Sínodo que termina dia 27
A última semana da Assembleia Sinodal começou com um tempo de oração e retiro. Após a missa votiva ao Espírito Santo, os participantes da assembleia, na presença do Papa Francisco, ouviram as palavras do Padre Timothy Radcliffe, que os fez perceber que “estamos prestes a embarcar em nossa última tarefa, considerar o Documento final, emendá-lo e votá-lo”. Da Ordem dos Pregadores, da diocese de Orxoford, o padre será um dos 21 cardeais da Igreja Em 6 de outubro de 2024, a Santa Sé anunciou que Radcliffe seria um dos 21 homens que seriam empossados como cardeais da Igreja Católica no dia 8 de dezembro seguinte.
Para realizá-la, o padre que o fizessem, como pede São Paulo, com liberdade, pois “nossa missão é pregar e encarnar essa liberdade. A liberdade é a dupla hélice do DNA cristão. Em primeiro lugar, é a liberdade de dizer o que acreditamos e de ouvir sem medo o que os outros dizem, com respeito mútuo. É a liberdade dos filhos de Deus de falar com ousadia, com parrésia (por exemplo, Atos 4.29), como os discípulos declararam com ousadia as boas novas da Ressurreição em Jerusalém. Por causa dessa liberdade, cada um de nós pode dizer ‘eu’. Não temos o direito de ficar em silêncio”.
“Deus faz todas as coisas para o bem daqueles que o amam”
A raiz está na liberdade interior, observando que “podemos ficar desapontados com as decisões do Sínodo. Alguns as considerarão imprudentes ou até mesmo erradas.
Mas temos a liberdade daqueles que acreditam que “Deus faz todas as coisas para o bem daqueles que o amam”, como diz a Carta aos Romanos. Ele pediu esperança, pois “podemos ter certeza de que ‘nada pode nos separar do amor de Deus’, nem mesmo a incompetência, nem mesmo os erros”. Uma liberdade que nos leva a “pertencer à Igreja e dizer Nós”.
Deus opera em liberdade, afirmou o dominicano, advertindo que “crer no Espírito Santo não nos dispensa de usar nossas mentes na busca da verdade”. Padre Radcliffe lembrou o que aconteceu com Yves Congar, silenciado por Roma por “falar a verdade”, por ser “uma testemunha autêntica e pura do que é verdadeiro”.
Nessa perspectiva, ele enfatizou que “não devemos ter medo da discordância, porque o Espírito Santo está agindo nela”. Pois liberdade é “pensar, falar e ouvir sem medo. Mas isso não é nada se não for também a liberdade daqueles que confiam que ‘Deus faz todas as coisas para o bem daqueles que amam a Deus’”.
A providência de Deus em ação
Para Radcliffe, “a providência de Deus está agindo suave e silenciosamente, mesmo quando as coisas parecem estar dando errado”, pois ela está “entrelaçada na história da nossa salvação desde o início”. Contra isso, ele advertiu que “mesmo que o resultado do Sínodo o desaponte, a providência de Deus está em ação nesta Assembleia, conduzindo-nos ao Reino por caminhos conhecidos apenas por Deus. Sua vontade para o nosso bem não pode ser frustrada”. De fato, “este é apenas um sínodo. Haverá outros. Não precisamos fazer tudo, apenas tentar dar o próximo passo”. Uma afirmação fundamental para entender que somos parte de um processo, que nada começou conosco e, se for de Deus, nada terminará.
“Se formos livres apenas para argumentar nossas posições, seremos tentados pela arrogância daqueles que, nas palavras de De Lubac, se veem como ‘a norma encarnada da ortodoxia’. Acabaremos batendo os tambores da ideologia, seja ela de esquerda ou de direita. Se tivermos apenas a liberdade daqueles que confiam na providência de Deus, mas não ousarmos entrar no debate com nossas próprias convicções, seremos irresponsáveis e nunca amadureceremos”, advertiu o dominicano, palavras que são fundamentais para entender a sinodalidade. Isso porque “a liberdade de Deus atua no âmago de nossa liberdade, brotando de dentro de nós. Quanto mais é de Deus, mais é nossa liberdade”.
Com informações VaticanNews